Se alguém ainda tinha dúvidas de que a disputa pelo Governo de Pernambuco em 2026 já está nas ruas, os últimos movimentos políticos trataram de escancarar a largada da pré-campanha. De um lado, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), teve sua candidatura praticamente lançada durante o congresso estadual do seu partido, em um evento que reuniu lideranças e carimbou seu nome como o principal nome da oposição ao Palácio do Campo das Princesas.
Do outro lado, a governadora Raquel Lyra (PSD) respondeu com um gesto igualmente simbólico: promove, nesta segunda-feira (7), um grande ato de filiação em massa ao PSD, legenda que ela passou a comandar no estado. A presença do presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, reforça o sinal de que Raquel tem prestígio e quer montar uma base robusta mirando a reeleição. Detalhe: João Campos também contou com a presença de peso de Carlos Siqueira, comandante nacional do PSB. Ambos, portanto, movimentam peças no mesmo tabuleiro, e com aval de Brasília.
A disputa começa a se desenhar com contornos claros: o PSB busca retomar o comando do estado, perdido em 2022, enquanto Raquel corre para consolidar seu espaço e mostrar que tem densidade política para mais um mandato. E nessa guerra fria que já aquece o cenário político, antigos aliados mudam de lado e velhas siglas viram campo de batalha.
O PSDB, que foi o partido de Raquel e ela se elegeu prefeita de Caruaru duas vezes e governadora, agora está no palanque adversário. Sob o comando do presidente da Alepe, Álvaro Porto, a legenda hoje caminha ao lado de João Campos. Um símbolo e tanto da reconfiguração de forças.
Outro ponto de tensão é o MDB, que virou pivô de uma briga nos bastidores. Raul Henry, presidente estadual da sigla, quer manter o partido na órbita do PSB, enquanto o senador Fernando Dueire e o deputado Jarbas Filho pressionam para que a sigla desembarque de vez no grupo de Raquel. A disputa interna pelo controle da legenda é mais uma prova de que 2026 já está em jogo — com alianças sendo costuradas e rivalidades sendo reacendidas.
A um ano e meio da eleição, Pernambuco vive um clima de prévia. E quem conhece a política local sabe: por aqui, ninguém gosta de perder tempo.
