Entrevista publicada no Jornal Vanguarda
Esta semana, VANGUARDA entrevista o deputado federal Wolney Queiroz (PDT). Ele fala sobre a vitória de Zé Queiroz por quase 30 mil votos, da composição da nova Câmara e do relacionamento entre a PMC e os vereadores. Wolney também analisa a possível candidatura de Eduardo Campos à Presidência da República e a possibilidade de Tony Gel e Miriam Lacerda estarem no mesmo palanque que o dele. Eis a entrevista:
Jornal VANGUARDA – Como o senhor avalia a vitória de Queiroz por quase 30 mil votos?
Wolney Queiroz – É uma grande vitória que merece ser comemorada por muito tempo. A comemoração é justamente porque são muitas vitórias dentro de um único resultado: tem a vitória política, junto com os partidos, a aliança nacional e estadual; tem a vitória administrativa, que demonstrou a incontestável aprovação da gestão; e tem a vitória eleitoral, que encerra o mito de que “eleições em Caruaru são sempre apertadas”. Zé Queiroz, nas últimas três eleições para prefeito, venceu sempre com grande folga.
JV – Como o senhor avalia a eleição para a Câmara de Vereadores, pois Zé Queiroz conseguiu eleger 17 dos 23 vereadores? O senhor esperava uma ampla maioria assim?
WQ – Nossas pesquisas internas davam esse resultado. Na verdade, trabalhamos com a possibilidade de elegermos até 19 vereadores. Houve um esforço nosso para alcançarmos esse resultado. E o prefeito Zé Queiroz já decidiu que vai buscar uma harmonia maior com a Câmara nesse próximo mandato. Aliás, essa harmonia aconteceu durante os dois primeiros anos, mas a relação se deteriorou depois das eleições – e sabemos bem o porquê.
JV – Por quê?
WQ – Traumas do processo eleitoral de 2010, nada mais.
JV – Como o senhor acha que o prefeito deve se relacionar com os próximos legisladores municipais? Na atual legislatura houve uma série de problemas com vereadores da base.
WQ – Da parte do governo, tem de haver uma aproximação maior com os vereadores, e da parte dos vereadores tem de haver fidelidade ao governo. É inadmissível o “fogo amigo”. Aqui no Congresso Nacional e também na Assembleia Legislativa, o “fogo amigo” é considerado traição à presidenta e ao governador. Observe que o comportamento só beneficiou a oposição. E o resultado foi que os vereadores que atacaram o governo perderam e os vereadores da oposição se reelegeram. O poder tem que ser exercido com parcimônia, caso contrário atrapalha mais do que ajuda. Veja como se encontram os quatro últimos presidentes da Câmara de vereadores. (Neguinho Teixeira, Gilvan Reis, Rogério Meneses e Lícius Cavalcanti).
JV – Como foram os resultados das eleições em Pernambuco para o PDT, seu partido?
WQ – O PDT se saiu bem, elegeu 10 prefeitos e manteve a Prefeitura de Caruaru, que é a mais importante do partido no Estado. Ainda vamos eleger o prefeito de Água Preta, onde haverá novas eleições. No país, as vitórias foram poucas, mas significativas, entre elas a Prefeitura de Curitiba. Elegemos 3 prefeitos de capital: Natal, Porto Alegre e Curitiba. Foram vitórias importantes que se somam a um total 319 prefeituras em todo Brasil. Um resultado muito positivo.
JV – Falando agora sobre o governador, na sua opinião, Eduardo Campos está preparado para disputar a Presidência ou ainda é cedo?
WQ – Eduardo tem preparo para disputar e exercer qualquer cargo. O que precisa ser observada é a conveniência política, o momento. Ele tem acumulado muita força política e está ficando conhecido no país inteiro. Conquistou o respeito do Congresso na disputa de Ana Arraes para o TCU e, com certeza, será um jogador importante em 2014.
JV – O senhor acredita que na verdade o que está em disputa é a vaga de vice na chapa de Dilma?
WQ – Acredito que a única coisa que Eduardo tem em mente, no momento, é fortalecer o seu partido (PSB) e fazer um governo inesquecível. E ele tem conseguido as duas coisas.
JV – Como o senhor analisa a possibilidade de Tony Gel entrar no PMDB e fazer parte da base de Eduardo Campos?
WQ – Não me cabe analisar, enquanto são apenas hipóteses. Vamos aguardar. Posso adiantar que, na Frente Popular de Caruaru, eles não são bem-vindos.
JV – Na sua opinião quais os principais serviços municipais que precisam de um ‘up grade’ na próxima gestão?
WQ – A saúde já está sendo melhorada e será a grande prioridade do próximo governo. O conjunto da administração vai muito bem e o tamanho da vitória mostra que o governo está no caminho certo.
JV – Quais os pontos mais positivos da atual gestão municipal?
WQ – O prefeito Zé Queiroz fez uma revolução silenciosa em Caruaru nos últimos quatro anos e a população só percebeu o tamanho do governo agora, durante a campanha, quando mostramos no guia eleitoral. Em todas as áreas da cidade e da gestão, a Prefeitura reconstruiu, reformou, inovou, melhorou e avançou.
JV – O senhor pauta grande parte da sua atuação, como deputado, com o objetivo de trazer recursos federais e estaduais para Caruaru. Como anda essa captação de recursos?
WQ – A cada ano que passa, mais e mais dinheiro federal e estadual tem chegado em Caruaru através da nossa ação, do nosso trabalho. Sem esses recursos, o prefeito Zé Queiroz não conseguiria fazer o volume impressionante de obras. Posso citar alguns exemplos, que muitos desconhecem: nas três UPAs que estão em construção tem recursos conseguidos por nós. Nas obras de asfalto, de calçamento em vários bairros, nas grandes avenidas, como a do Distrito Industrial e avenida Brasil, tem recursos nossos. Conseguimos, semana passada, liberar R$ 1,5 milhão para compra de máquinas, tratores e caminhões que serão usados para fazer estradas, barreiros na zona rural, além de terraplenagem nos bairros da cidade que ainda estão sem calçamento. Outro exemplo: a desapropriação do terreno e os recursos para ampliação do Presídio Juiz Plácido de Souza.