
Não é de hoje que a situação calamitosa na Venezuela é conhecida por nós, brasileiros. A nossa imprensa ainda consegue transmitir as notícias de lá e a internet, fonte inesgotável de notícias não controladas pelo governo, também nos oferece subsídios para entendermos QUEM e O QUE está causando tanto sofrimento aos nossos “hermanos” venezuelanos.
E a imprensa de lá? Não existe. Não é imprensa, é agência de propaganda do regime ditatorial de Nicolás Maduro. E a justiça de lá? Não existe. Não é justiça, é a agência de defesa dos interesses da máfia comandada por Nicolás Maduro. E o exército, a polícia, as forças de segurança de lá? Elas são a força de segurança do próprio Nicolás Maduro. Elas defendem o ditador da maior ameaça: o povo da Venezuela, inimigo declarado de seu algoz.
Qualquer adversário que se levante contra o autoritarismo satânico do que chamam de bolivarianismo (socialismo latino) foi devidamente neutralizado, perseguido e caiu no esquecimento.
Essa situação não começou “de repente”: ela foi se tornando mais grave aos poucos, para ninguém perceber. Travestida de democracia, disfarçada de respeitosa às instituições, chamando de golpe todas as tentativas de oposição e classificando de legais todas as corrupções do regime.
Agora, a cereja do bolo: depois de zombar do sistema eleitoral brasileiro, enaltecendo que o sistema venezuelano TEM auditoria (voto impresso), Maduro impede imprensa e diplomatas estrangeiros de cobrirem o pleito e, na cara dura, rejeita a auditoria tão elogiada.
O CRE (TSE de lá) deu a vitória a Maduro, mas as cédulas impressas dizem o retumbante contrário: mais de 65% para o candidato opositor contra perto de 20% para “canditador”.
Episódios de fechamento de seções eleitorais, interferência de órgãos policiais e eleitorais, imagens e vídeos de recolhimento de urnas pelo governo… teve de tudo nessa eleição. E, segundo o sistema, a esquerda que destruiu a Venezuela venceu. Sem a Internet, não veríamos isso. Sem o voto impresso, não haveria como auditar. Sem o povo, só resta ao candidato roubar!
*João Antonio é professor e presidente do NOVO em Caruaru