Na primeira sessão da Câmara Municipal de Caruaru após as eleições municipais, nesta terça (09) o presidente da Casa, Lícius Cavalcanti (PCdoB) pronunciou-se sobre o fato de não ter conseguido se reeleger. Indagado se o resultado nas urnas se deveria ao afastamento do palanque de Queiroz, ele disse não se arrepender de seu posicionamento. Apenas Edmilson do Salgado manteve a representatividade na Câmara.
“Quanto à autonomia na Câmara, sabíamos que essa posição que tomamos seria difícil, pois estávamos lutando com grupos oligárquicos, mas nós conseguimos quebrar essa cultura, pois não nos tornamos submissos a esses grupos. As pessoas que têm coragem enfrentam o sistema. Nós fizemos isso e tentamos mudar um sistema que dava conforto a outros grupos. Demos uma ênfase maior à análise de projetos, o que mostrou que nosso posicionamento foi nobre”, explicou Lícius. Já sobre sobre seu afastamento do palanque de Zé Queiroz, ele reiterou seu discurso de independência política. “Há cinco meses, lançamos um documento em que decidimos não aceitar nenhuma das três propostas de governo apresentadas, nos mantivemos firmes, apesar de ser uma escolha difícil, mas fizemos uma campanha limpa e em nenhum momento tentamos prejudicar a campanha de Queiroz”, analisou Lícius.
Já especificamente sobre o momento pós-eleições, Lícius argumentou que o processo democrático deve ser respeitado e ressaltou ainda que não acredita na ideia de que exista uma maldição da presidência da Câmara de Caruaru, referindo-se ao insucesso de outros vereadores que exerceram essa função e não conseguiram reeleger-se. “Queria que os demais vereadores e que a própria imprensa não alimentassem mais esse mito de maldição, não existe isso de síndrome dos presidêntes da Câmara, porque a cadeira tem que girar, isso faz parte do jogo político. Seria importante que os demais vereadores que não foram reeleitos continuassem na Casa, pelo importante trabalho que fizeram, mas devemos trabalhar com a realidade, e o cenário real é que não conseguimos desta vez. Reitero apenas que não sou contra as chapinhas proporcionais, pois elas permitem mais chances para candidatos com menos estruturas de campanha”, observou.
Ao final do discurso, o comunista fez ainda uma ressalva sobre a nova composição da Câmara. “É importante que os vereadores reeleitos façam um alerta aos novos eleitos que farão parte da próxima legislatura, para que eles continuem com o trabalho que realizamos e que permitiu uma visão diferenciada dos trabalhos da Casa”, completou.
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