Menos de uma semana após a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter decretado o fim da emergência global de saúde da Covid-19, o diretor-geral do órgão, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou, nesta quinta-feira (11), que a Mpox (antes conhecida como Varíola dos macacos ou monkeypox) também deixou de representar o status mais alto de alerta da organização.
“Ontem, o comitê de emergência da Mpox se reuniu e me recomendou que o surto de Mpox em diversos países não representa mais uma emergência internacional de saúde pública. Eu aceitei o conselho e tenho o prazer de anunciar que Mpox não é mais uma emergência de saúde global”, disse Tedros durante coletiva na sede da OMS em Genebra, na Suíça.
A atribuição do vírus como uma emergência de saúde pública de interesse internacional (ESPII) foi oficializada no dia 23 de julho do ano passado, quase dois meses depois de o primeiro caso da doença ter sido detectado fora dos países africanos onde ela é endêmica, no Reino Unido.
Desde então, segundo dados da OMS atualizados no último dia 9, o vírus se espalhou para 111 países, onde provocou mais de 87.377 mil infecções e 140 óbitos. A região da América foi a mais afetada, com 59.292 contaminações e 114 mortes (81%) do total.
O Brasil é o segundo país no mundo com o maior número de diagnósticos e vítimas fatais pela Mpox, 10.920 casos e 16 mortes. Os óbitos representam 11% do total, embora a população brasileira contabilize menos de 3% do número de pessoas no planeta.
No momento, o mundo registra cerca de 123 diagnósticos a cada semana, segundo a OMS, número 98% menor que o observado no ápice.
“Porém, assim como com a Covid-19, isso (o fim da emergência) não significa que o trabalho acabou. Mpox continua a oferecer desafios significativos para a saúde pública que precisam de uma resposta robusta, proativa e sustentável”, disse Tedros durante o anúncio. “O vírus continua a afetar comunidades em todas as regiões, incluindo na África, onde a transmissão ainda não é tão bem compreendida”.
Ele destacou que existe um “risco particular” para pessoas vivendo com HIV sem o tratamento, e que continua importante que os países mantenham a testagem e o monitoramento da doença para agir rapidamente quando necessário.