
As pesquisas de intenção de voto foram muito atacadas por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) durante as eleições de 2022. Na eleição de domingo (4), o presidente conseguiu um índice de votos maior do que apontavam os levantamentos. E isso intensificou os ataques. Luciana Chong, diretora das pesquisas Datafolha, afirmou ao portal UOL nesta terça-feira (4) que o clima de hostilidade durante a eleição pode ter atrapalhado as pesquisas.
“A gente está vendo uma dificuldade de captar a intenção de voto do bolsonarismo. A gente vai controlando a amostra para minimizar isso. A gente pergunta em quem votou em 2018. Mas há dificuldade. No último mês os ataques em relação às pesquisas, aos institutos, ao Datafolha especialmente, criou um clima de hostilidade e agressividade em relação aos pesquisadores. Em um ambiente normal, com outras condições, a gente teria captado algo mais do Bolsonaro na véspera”, defendeu Chong.
A diretora também afirmou que está procurando formas de contornar esse problema. “Nunca tivemos essa dificuldade e vamos ter que contornar. Não sabemos como, estamos estudando, porque não é uma tarefa simples”.
Chong também analisou que o crescimento de Bolsonaro provavelmente aconteceu porque eleitores dispostos a votar em Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) mudaram de ideia. Na última pesquisa, 13% dos ouvidos admitiram que não estavam 100% decididos, principalmente entre os prováveis eleitores de Ciro e Tebet. Chong afirmou também que as novas pesquisas do Datafolha serão divulgadas na sexta-feira (7).