Pesquisa Ibope/ TV Asa Branca – Analistas avaliam que disputa eleitoral segue apertada em Caruaru

Mário Flávio - 06.09.2012 às 22:04h

A cientista política Ana Maria de Barros e os analistas Arnaldo Dantas e Mário Benning analisaram os resultados da pesquisa do Ibope para as eleições municipais em Caruaru, divulgada na noite desta quinta-feira (06). Eles concluíram que mais uma vez caminha-se para um acirramento, devido ao empate técnico, assim como mostraram as pesquisas de intenção de voto dos institutos Opinião e Exatta. Eles chamam atenção para as altas taxas de rejeição, que indicam insatisfação da população com os dois principais grupos políticos, embora uma terceira via não consiga se estabilizar, mas também ponderam que Zé Queiroz tem demonstrado vantagem nas pesquisas.

No contexto

Pesquisa Ibope/TV Asa Branca – Queiroz na frente com 47%, Miriam com 40% e Fábio José com 2%

Pesquisa Magno/Opinião – Zé Queiroz 43%; Miriam 38%; Fábio José 1,2%

Pesquisa Folha/Exatta – Miriam lidera com 41%; Zé Queiroz tem 34%; e Fábio José 2%

“A pesquisa de certa forma estabelece os dois principais candidatos com uma alta taxa de intenção de votos, diferente das outras duas pesquisas, atingindo mais de 40 pontos. Analisando a margem de erro de 4% neste cenário, se colocarmos essa taxa para mais, daria 51% de Zé Queiroz e 44% de Miriam, se fosse para menos, daria 44% de Zé e 36% de Miriam, dessa forma ainda permanece o empate técnico. É um cenário que ainda apresenta muito aperto. Além disso, temos ainda um mês de eleição. Mas, se fosse hoje, sem dúvida nenhuma, Queiroz seria eleito. Estatisticamente, o cenário é mais favorável a ele”, avaliou Ana Maria.

Para o analista Mário Benning, a pesquisa foi boa tanto para Queiroz quanto para Miriam. “Queiroz está com uma pequena liderança. Mas, pra Miriam foi boa também, porque não houve uma grande vantagem sobre ela. A margem de erro é alta e isso mostra virtualmente o empate técnico. Se houvesse um candidato que fosse competente na terceira via, ele iria embolar esse quadro, mas Fábio José não consegue fazer isso. As pesquisas mostram que a população espera um novo candidato, é o que acontece de forma similar nas eleições de São Paulo”, ponderou.

Taxas de rejeição e aprovação de gestão

Ana Maria chama atenção sobre as taxas de rejeição que apresentam Queiroz e Miriam empatados. “Mas eles empatam na rejeição, com 33%, o que indica um alto número também. A taxa de quem não sabe ou não respondeu  é ainda maior que a margem de erro, e aí é onde há a dúvida para um próximo resultado. Se Queiroz conseguir manter essa média, é possível que ele vença. Nas três últimas pesquisas, duas davam vitória a Zé Queiroz”, explicou.

Sob o ponto de vista de Mário Benning, é preciso observar que, embora Zé Queiroz tenha atingido 59% de aprovação, permanece com avaliação regular em geral. “A grande maioria considera regular, é uma gestão mediana, o grande problema é que ele está pagando os preços da campanha anterior, quando prometeu o que não conseguiu cumprir, isso explica em parte o porquê dessa aprovação regular. Quanto à alta aprovação de Eduardo e Dilma, enquanto Zé Queiroz não consegue atingir essas taxas, é preciso avaliar que apesar de ser importante ter o apoio dessas duas lideranças, não é um fator decisivo, pois a população conhece a gestão de Zé Queiroz, com seus pontos altos e baixos”, argumentou.

Evolução dos candidatos

Já o analista Arnaldo Dantas toma a pesquisa sobre o ângulo da evolução das estratégias dos candidatos diante da primeira pesquisa após o início dos guias eleitorais.”Essa é a primeira pesquisa do Ibope em Caruaru, cada instituto é diferente e tem metodologia e abrangência distintas. Essa mostra um cenário de pós-guia eleitoral. Nesse cenário, o guia de Queiroz foi mais eficiente em apresentar propostas. Mas precisamos ressaltar que há um empate técnico. Só vai ser possível comparar melhor essa pesquisa com as duas anteriores, caso elas apresentem novas pesquisas pós-eleitoral”, refletiu.

Sobre a reação que cada candidato e suas respectivas coordenações de campanha devem ter sobre a pesquisa, Arnaldo ponderou que é preciso avaliar racionalmente os dados apresentado, a fim de redefinir estratégias que possam melhorar o desempenho e alcançar o eleitorado indeciso. “O guia de Miriam tem melhorado, mas, como estratégias, ela precisa trabalhar melhor isso, apresentando mais propostas, melhorar o trabalho junto à assessoria e tentar desconstruir o discurso de continuidade de Zé Queiroz. O eixo da campanha de Queiroz deve ser mostrar que a gestão dele foi suficiente, mostrar que a gestão dele seria melhor que a de Tony Gel e tentar colar a imagem dele à aprovação da gestão e à imagem de Lula e Dilma. Já Fábio cresceu muito, já que ele começou com 0,4%, apesar de não ser adequado comparar com as outras pesquisas antes dos guias, no entanto ele ainda precisa se apresentar adequadamente para a população”, completou.