Cerca de 10 mil pessoas marcharam na quarta-feira, 22 de agosto, do Parque da Cidade em direção ao Palácio do Planalto. Essa ação é resultado do Encontro Unitários dos Trabalhadores, Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas.
Ao chegar à Praça dos Três Poderes os militantes ocuparam a praça e construíram barracos, com o objetivo de chamar a atenção da presidenta Dilma para a lentidão da reforma agrária no país, entre outras pautas. Cerca de 15 mulheres, representantes dos vários movimentos que fazem parte desse momento de unidade das lutas do campo, foram recebidas pelo ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, ao qual foi entregue a Declaração Final do Encontro Unitário.
O documento ressalta a importância da agricultura familiar e livre de agrotóxicos para garantir uma alimentação saudável para a população brasileira, além de pautas sobre a necessidade de ações mais efetivas do governo para acabar com a violência no campo, contra trabalhadores, trabalhadoras, comunidade tradicionais e indígenas.
A declaração destaca ainda a necessidade urgente da reforma agrária como política essencial para um desenvolvimento justo, o respeito às mulheres e a superação da divisão sexual de trabalho, além da garantia da educação no campo e a democratização dos meios de comunicação.
O encontro inicia um conjunto de mobilizações articuladas dos movimentos do campo, como Via Campesina, o Movimento Camponês Popular (MCP), A Cáritas Brasileira, a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), além movimentos indígenas e de pescadores.
Agora, a ação deve ser repetida nos estados.
Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral
Conhecido pela sigla MCCE entende que mesmo que candidatos fichas-sujas consigam reverter os indeferimentos, participem do pleito e porventura saiam eleitos, os mesmos enfrentarão processos contra a expedição de diploma após as eleições e acabarão juridicamente inaptos para ocupar os cargos.
O MCCE já conta com cerca de 300 comitês no país. É composta por 51 entidades nacionais de diversos segmentos, formando uma rede com movimentos, organizações sociais, organizações religiosas e entidades da sociedade civil.
O TEMPO NÃO APAGA AS LEMBRANÇAS
O dia 24 de agosto na história é cheio de significados. Em 1954 Vargas se mata com tiro de revólver no peito, no Catete, Rio. O rádio irradia sua Carta-Testamento: “Esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém”. Protesto espontâneo culpa os EUA pela morte, ataca sedes da UDN e da imprensa de direita. A explosão de revolta leva o Exército a ocupar as grandes cidades; Em 1574 aconteceu a Noite de São Bartolomeu, quando milhares de protestantes franceses foram massacrados; Em 1992 a passeata do “Fora Collor” reúne 150 mil no Rio.
Pra pensar:
“No Brasil, nunca tivemos um programa de reforma agrária. E o resultado é que somos a segunda sociedade de maior concentração da propriedade da terra, do mundo. Só perdemos para o Paraguai, onde as oligarquias rurais acabam de dar um golpe de estado”. João Pedro Stedile.
*Paulo Nailson é dirigente político com atuação em movimentos sociais, Membro da Articulação Agreste do Fórum de Reforma Urbana (FERU-PE) e Articulador Social do MTST. Edita a publicação cristã Presentia. Foi dirigente no PT municipal por mais de 10 anos. Cursa Serviço Social.