Social-democratas, verdes e liberais chegam a acordo, e Olaf Scholz será novo primeiro-ministro da Alemanha

Jorge Brandão - 24.11.2021 às 09:20h

O Partido Social-Democrata (SPD) alemão chegou a um acordo com Os Verdes e o Partido Democrático Liberal (FDP) para formar o primeiro governo tripartite do pós-guerra no país. O pacto pavimenta o caminho para que, após 16 anos, a chanceler Angela Merkel e o partido, a conservadora União Democrata Cristã, deixem o comando da maior economia europeia no início de dezembro.

O sucessor será o ministro das Finanças Olaf Scholz, após o seu partido, o Social-Democrata (SPD), vencer por uma estreita margem as eleições parlamentares de 26 de setembro. Ele convocou uma entrevista coletiva para as 15h locais (11h, horário de Brasília), para anunciar o consenso ao lado da líder dos verdes, Annalena Baerbock, e do líder dos liberais, Christian Lindner.

Os pormenores do acordo ainda não são conhecidos, mas informações da imprensa alemã indicam que o governo terá como prioridade combater o aquecimento global e a promoção de tecnologias digitais. A aliança se comprometerá a abandonar o uso do carvão até 2030, oito anos antes do planejado, e tirar o gás de sua malha energética até 2040, além de acelerar a transição para veículos elétricos.

Baerbock e Robert Habeck, o colíder dos verdes, deverão ter papeis-chave no novo governo. Ela será ministra das Relações Exteriores e ele, ministro da Economia e Energia, segundo a agência Reuters. Lidner, líder dos liberais, por sua vez, será o novo ministro das Finanças.

A coalizão “sinal de trânsito”, uma referência à cor vermelha que identifica os social-democratas, amarelo para os liberais e verde para o partido homônimo, tem a maioria no Bundestag, o Parlamento alemão, que deverá aprová-la nas próximas semanas.

O cenário que o pouco carismático Scholz, que é vice-chanceler da coalizão atual entre conservadores e social-democratas e foi eleito defendendo a continuidade da era Merkel, não é dos mais fáceis. A Alemanha passa por uma quarta onda da Covid, com recorde de casos desde o início da pandemia, e a União Europeia atravessa uma crise migratória na fronteira da Polônia com a Bielorrússia.

Além disso, as diferenças ideológicas dos três integrantes da coalizão podem prejudicar o novo líder alemão.