Jotta foi minha referência no colunismo social – por Jaciara Fernandes*

Mário Flávio - 13.01.2018 às 08:14h

Difícil perder pessoas queridas. Sexta-feira de muita tristeza com a partida do nosso Jotta Lagos, com quem muito aprendi na minha profissão e na vida. Foi dele a festa, no extinto Hotel do Sol, que fui mestre de cerimônia pela primeira vez na minha vida. Aos 18 anos fiquei muito nervosa pela responsabilidade que encarei e ao final ele me parabenizou e daí em diante lá estava eu, sempre anunciando os homenageados de Jotta na ‘Festa de Debutantes’ e na ‘A Grande Noite’.

Na última quarta-feira passei a tarde no hospital com ele, que se mostrou animado e já com datas marcadas para o Forró Society (1º de junho) e ‘A Grande Noite’, em novembro. Foram momentos de alegria onde falamos sobre a biografia dele que seria escrita pela jornalista Núbia Silva e eu teria o prazer de assinar a orelha do livro e de relembrar fatos interessantes desde que nos conhecemos no Jornal Vanguarda.

Com certeza Jotta foi a minha referência no colunismo social. Devo a ele ter desenvolvido uma escrita ‘leve’ para falar de coisas boas, mesmo quando atuava nas ‘redações da vida’ em busca de pautas factuais, onde, infelizmente, as notícias nunca são positivas. Trabalhamos por muitos anos juntos na TV Pernambuco, no ‘Programa Gente Especial’, tive uma breve passagem com ele na extinta TVI no ‘Programa Encontro na TV’, que tinha como repórter o também colunista social Paulo Magrinny.

Na Rádio Liberdade AM foram 16 anos de convivência, onde ele ancora o ‘Programa Jotta Lagos em Sociedade’ e eu fazia parte da bancada com ele. Éramos dirigidos pelo amigo Josa Rodrigues, o nosso ‘Ministro. Tivemos a oportunidade de receber muitos convidados. Entre os momentos inesquecíveis estão as cinco entrevistas que fizemos com o Mestre Dominguinhos, que adorava abrir o coração para nós, com os microfones fechados, claro!

Dinâmico, Jottinha atuou como ator no espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, em Fazenda Nova, onde conheceu o cineasta italiano Franco Zeffirelli. Também foi diretor social do Central Sport Club, tendo mais uma vez como madrinha ‘Dona Zefinha”. Foram 50 anos de colunismo social sua última festa foi ‘A Grande Noite’, há pouco mais de 1 mês, no dia 8 de dezembro, quando mais uma vez conseguiu reunir a sociedade para a entrega dos Prêmios Gente Especial, Mulher e Empresa. Como em toda amizade, também brigávamos, mas logo fazíamos as pazes. Ele costumar dizer que havia entre nós um casamento perfeito. Jottinha, meu muito obrigada por tudo, de coração.

*Jaciara Fernandes é jornalista