A situação do PDT de Pernambuco foi um dos assuntos mais comentados no Forró da Macambira, festa junina oferecida pelo governador João Lyra, na cidade de Caruaru. O pré-candidato do PSB ao governo de Pernambuco, Paulo Câmara, explicou detalhes da reunião que teve com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, que acabou adiando a decisão do partido sobre qual palanque subir na eleição desse ano.
Segundo ele, o encontro que contou com as presenças do pré-candidato ao senado, Fernando Bezerra Coelho e com o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, serviu para apresentar propostas e por isso, a decisão de Lupi em adiar o apoio oficial do PDT no Estado. No entanto, Câmara não disse quais propostas foram apresentadas, apenas usou a aliança histórica como fator essencial para que o pedetista repensasse.
“Temos uma aliança com o PDT desde a eleição de doutor Arraes em 1986, também apresentamos as nossas propostas e que vai ser melhor para o PDT fazer parte dessa conjuntura, que vai governar Pernambuco nos próximos anos. As principais lideranças do PDT querem nos apoiar e colocamos também essa situação. Esperamos que na próxima segunda-feira, possamos ter oficialmente o partido conosco”, disse.
O presidente estadual do PDT, José Queiroz, disse que aguarda a decisão de Lupi e ratificou que permanece na sigla, independente do futuro do partido. No entanto, Queiroz garantiu que por questões éticas vai deixar o comando do PDT em Pernambuco, caso o partido não fique na coligação que ele quer. “Não faz o menor sentido ficar na direção do partido se ele for para o PTB. Existe um conjunto de forças que querem o apoio ao PSB e esperamos que na segunda-feira a decisão seja pelo bom senso, que é o apoio a Paulo Câmara. Muita gente não sabe, mas eu não renovei a comissão provisória do partido por questões éticas, para deixar o presidente Lupi bem a vontade”, disse.
O deputado federal Wolney Queiroz foi mais enfático e garantiu que a cúpula do PDT não aceita a aliança com o PTB e que tal situação vai gerar um problema para o comando nacional da legenda. “A hipótese de apoiar o PTB está absolutamente descartada. Se o partido decidir pelo caminho de Armando, a gente abre uma dissidência em Pernambuco. Esse grupo formado por deputados e prefeitos vota todo em Paulo Câmara, Raul Henry, Fernando Bezerra Coelho e Eduardo para presidente”, disse.
Ele explicou ainda que a tese de ficar com o PSB se justifica pela vontade política das lideranças. “Como líderes de grupos em importantes cidades do Estado, nós temos condições de escolher quem queremos para governar Pernambuco e o nome é o de Paulo Câmara. Se a nacional do partido insiste em violentar a maioria dos filiados, vamos abrir uma dissidência e votar em quem a gente quer”, disparou.
IMPASSE – O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, teria comunicado ao senador Armando Monteiro e ao deputado federal Paulo Rubem Santiago que o PDT iria apoiar a coligação encabeçada pelo PTB, mas após uma reunião com Paulo Câmara, FBC e Geraldo Júlio, a posição oficial foi adiada para a próxima segunda-feira (23). A convenção do PDT em Pernambuco está marcada para o dia 29 de junho, por coincidência, mesma data marcada por PTB e PT para ratificar as candidaturas de Armando Monteiro e João Paulo.