Nunca fui de me calar, por isso sou classificado como rebelde, mas não dá para dizer meia verdade, ou aceitar que hipócritas virem paladinos. Dá uma tristeza ver o que está ocorrendo no país. Mudam os partidos, as pessoas, mas as práticas parecem ser as mesmas. O STF, nossa maior Corte, está na pauta na última década, como nunca antes. Em alguns momentos por representar os anseios da sociedade, como no caso do mensalão. Em outros, nem tanto. Mas não é disso que venho falar.
Nas últimas décadas a Corte tem sido composta por ministros que, na maioria das vezes, além de currículo jurídico (ainda tivemos casos em que nem isso existia), têm fortes ligações políticas e partidárias com os que estão no poder. Foi assim com Sarney, Collor, FHC, Lula, Dilma e Temer. Com esse histórico, nos perguntamos: “se será assim para sempre?” Bem, se depender desse sistema de nomeação, fica difícil pensar que um dia será diferente.
Quando vejo a turma do PT e PSOL, na Câmara e no Facebook, falando da nomeação de Alexandre de Moraes, fico me perguntando: onde estava a língua desses hipócritas quando Dias Toffoli deixou de ser advogado do PT para integrar a Corte?
Os acertos erros de cada magistrado que compõe a Corte não escondem o problema central: ministros do STF não deveriam ser nomeados pelos presidentes. Deveriam ser escolhidos pelo voto direto dos magistrados de todo o país. Isso serve também para o TCU, nomeações nos Estados do TCE, Tribunais de Justiça…
Quando teremos um governante que abra mão de nomear os seus, para mudar a regra e transformar nossa democracia, em uma Democracia?
*Daniel Coelho é deputado federal