Reclamamos que nossos políticos se “profissionalizam” ao longo de tantos mandatos repetidos. Os políticos profissionais formam uma casta que é um verdadeiro câncer na vida intestina da nação. Outrora era só no Poder Legislativo. Mais recentemente o Poder Executivo conseguiu duplicar o mandato dos Prefeitos, Governadores e Presidente da República. Quase todos conseguem ser o candidato natural do partido para a reeleição, exceto um certo Prefeito do Recife, que conseguiu ser “destronado” pelo próprio padrinho, isso agora no 2012 próximo passado.
Vão plantando os “postes” e caso eles não desobedeçam às regras impostas pelos donos dos partidos, vão tentando cumprir os dois mandatos consecutivos. Lula plantou Dilma; João Paulo plantou João da Costa; O saudoso Eduardo Campos plantou Geraldo Júlio para Prefeito do Recife e mais recentemente Paulo Câmara para Governador do Estado. Nos últimos anos o mandato com reeleição do Chefe do Executivo ficou idêntico ao do Senador da República (gulosos que legislam por oito anos consecutivos) e nada os impedem de tentar a reeleição quantas vezes consigam.
O absurdo é que os chefes do Poder Executivo se reelegem no exercício do cargo. Ou seja, com as chaves do cofre nas mãos e a caneta também. Um mero Servidor Público que tente concorrer a um cargo eletivo é obrigado a afastar-se de sua função desde o dia de início da campanha até o dia da eleição e dizem que é para ele não contaminar o pleito. Mas, o Presidente da República, O Governador do Estado e o Prefeito do Município, estes podem sempre que lhe for conveniente se apresentar ora como mandatário, ora como candidato à sua própria sucessão. Todavia, se todo eleitor não votasse em candidato que tenta a reeleição o problema estaria resolvido, ou seja, a oxigenação política estaria sendo exercida pelo próprio povo.
Mas, é sabido que os políticos profissionais se armam durante quatro anos. Juntam dinheiro (claro que não é do salário) e assalariam cabos eleitorais, que os ajudam a manter a plataforma política. Os profissionais levam uma vantagem enorme em cima dos amadores. O melhor mandato de um político é o primeiro. Se ele tiver de fazer algo de bom fará no primeiro mandato. O restante de seu interregno na política profissional será para cumprir tabela.
Portanto, vamos dar um basta à reeleição. Vamos lutar para que todos tenham um e somente um mandato. – O poder só é bom quando passa de mão em mão – “Eles” sabem que se elegem para quatro anos e dizem que em quatro anos não dá tempo de fazer nada, mas embolsam 48 salários, mais décimo terceiro, décimo quarto, residências funcionais e outras benesses pagas pelo suor e pelo sangue do povo trabalhador.
De uma coisa eu estou certo, meu voto jamais irá para um candidato que esteja tentando a reeleição. Quanto menos “profissional” melhor. Não perco o meu voto quando meu candidato não se elege. Perderia a oportunidade ímpar de impor a minha cidadania caso viesse a ajudar um corrupto a se eleger. Tenho dito!
*Severino Melo – [email protected] – para quem mandato não é emprego e política não é profissão.